Como encher meu currículo de tradutor iniciante?

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Tá começando agora?
Com muita vontade de virar tradutor?
Quer encher seu currículo de tradutor iniciante?

Vamos virar esse jogo, então.

A primeira coisa que você tem que saber é que em tradução existe um conceito muito importante: a confidencialidade. Muita coisa que se traduz é confidencial (pedido de patente para o coleguinha não roubar sua ideia, contrato de serviço para o coleguinha não roubar sua ideia, artigo científico para o coleguinha não roubar sua ideia antes dela ser publicada em periódico internacional), etc., etc.

Dicas para iniciantes

Quando você for escrever no seu currículo que tem clientes como Nike, Canon, Petrobras, ninguém vai acreditar, né? Você está começando agora e já tem clientes desse porte? Não, lembre-se: são clientes da sua agência – até mesmo de uma outra agência que terceirizou a agência que te passou o trabalho, veja bem.

Portanto, tenha extremo cuidado ao publicar em redes sociais:

  • o que você está traduzindo,
  • para quem,
  • em que evento (estou falando com vocês, intérpretes!).

Se uma informação importante vazar e prejudicar o seu cliente final, adivinha quem pode ser responsabilizado. Sim, você mesmo.

Como encher seu currículo de iniciante

Opa, mas me perdi, retomemos: eu estava falando de encher currículo, fazer portfólio, né? Vamos lá: busque textos de domínio público. Olha que sorte você tem: estamos em 2018, nessa Internet de meu Deus o que não falta é texto de domínio público. Toda uma Wikipédia à sua disposição para ser traduzida. Todo um Coursera a ser legendado. Todo um Tradutores sem fronteiras à espera de voluntários.

O primeiro passo é você fazer um perfil no Proz. Para o Tradutores sem fronteiras, por exemplo, o Proz é a carteira de identidade. Sem contar que o TWB coloca no seu perfil do Proz com quantas palavras você já contribuiu, olha que legal! Um possível empregador vai ver que você faz trabalho voluntário e ter uma boa primeira impressão do seu perfil. Quem for visitar já te vê com outros olhos, se levar em conta o trabalho legal que você está fazendo para o próximo.

“Ah, mas eu gosto mesmo é de legenda”.

Não tem problema: o Coursera, para quem não conhece, é uma plataforma de cursos online gratuitos, de absolutamente todos os ramos do conhecimento. A maioria desses cursos está disponível em inglês e precisa de legendas. Você pode acessar esse site e se cadastrar como tradutor voluntário. O conteúdo dos cursos é excelente, a tradução é realizada online mesmo, via Smartling, conhece? Está aí mais uma informação para colocar no seu CV, o domínio de mais uma CAT Tool. Sem contar que você pode linkar depois o curso no seu portfólio para mostrar para o mundo e dizer: “colé, maluco, traduzi isso aqui sobre nanotecnologia, ó!” (mas em linguagem formal, né? não me envergonha, por favor).

Traduções técnicas? Tem também.

Já se o seu negócio for traduzir uns textos bem técnicos para deixar o portfólio/CV tinindo, recorra à Wikipédia, por que não? Traduza aquele artigo absurdo sobre o tema da sua preferência, para todos os seus idiomas de trabalho. “Ah, mas alguém pode editar depois” – pode, verdade, mas você vai ter contribuído, aprendido e ganhado uma exposição online gratuita, olha só que coisa.

Sem contar que tradutores do mundo todo sem saber lhe serão eternamente gratos se você tiver traduzido o nome daquela espécie de peixe, daquele tipo de válvula, daquele conceito de física. Vai ganhar seu pedacinho no céu, acredite.